Priscila nasceu e cresceu em Teresina- Pi. Seu interesse por som, começou quando criança como a maioria das pessoas. Foi criada passando muito tempo na casa da sua vó, junto com as suas tias e primos. Uma dessas tias, namorava um headbanger; ele gostava muito de Priscila e do seu primo, que era filho da tia que namorava o tal headbanger. Um dia, ele trouxe uma k7 para eles ouvirem. De um lado tinha Metallica e outro Black Sabbath, foi o começo de tudo…
Priscila: “eu e o meu primo éramos bem unidos e começamos a ouvir som juntos também, pra completar a mãe dele trabalhava numa locadora de vídeos, então ela sempre trazia fitas de shows ao vivo pra gente ver, Metallica, Iron Maiden, Mamonas Assassinas, Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple e o Red Hot Chilli Peppers, a gente teve acesso a bastante desenhos 16+ como South Park, Beavis and Butt-Head, Jackass, como crianças na faixa de 10/11 anos amávamos qualquer oportunidade de ouvir palavrões novos, e desenhos de humor ácido, isso moldou bastante os nossos gostos digamos assim, dali por diante.”
Na adolescência, começou a ouvir sons mais pesados; como Dimmu Borgir, Emperor e o Tiamat. Essas bandas, foram bandas que mudaram a sua forma de ouvir música para sempre. Começou a frequentar os shows undergrounds na sua cidade, que consistiam apenas em shows pequenos, com bandas locais e no máximo dos Estados vizinhos.
Priscila sempre foi uma grande apreciadora de shows e vivia cercada de amigos que sempre estiveram na febre de organizar rolês com as bandas que gostavam, quando o evento Perversa Sinfonia foi lançado ao público, foi uma grande inspiração para ela; foi um evento de bandas de Black e Death Metal de dois dias organizado por uma grande amiga sua, a Dani Celestino. Aquilo lhe fez cair a ficha de que mulheres também poderiam estar nessas organizações e fazerem coisas incríveis na cena.
Priscila: “Durante toda a minha vida acho que tomei muito mais decisões pautadas no que eu queria viver no underground do que qualquer outra coisa, então decidi que queria vir morar em SP, porque eu queria poder viver a chance de ver ao vivo todas as bandas que eu sempre sonhei em ver, já que a minha cidade nunca foi rota das grandes bandas. Eu queria ter chance de viver o Metal como eu sempre sonhei, viver esse estilo de vida pra mim sempre foi uma meta.”
Depois de alguns anos morando em SP, fazendo conexões, acabou conhecendo a Mari Ferucio; idealizadora da Submundo Prod., da qual se tornaram grandes amigas e chegaram até morar juntas.
Priscila: “foi uma época bem doida diga-se de passagem, além de muita afinidade pessoal e de ideais, tínhamos uma afinidade musical muito foda que foi o que levou a ela me chamar pra fazer parte da produtora em 2019, e ajudei a dar continuidade no OBSCURO FEST que sempre teve um intuito de propagar bandas de Doom e Stoner, Doom tradicional, Ocult rock, e viajeiras satânicas psicodélicas e todas essas vertentes desse estilo que sempre foi a nossa maior paixão em comum.’’
No total foram 8 edições desse festival, incluindo versões pockets que fizeram pós pandemia.
Priscila: “me orgulho muito desse Fest, porque acho que ajudamos a trazer muitas bandas fodas e pouco conhecidas a tona, acho que por um tempo fomos o único festival com essas características em SP a fazer tantas edições, ao meu ver. O obscuro Fest sempre foi um festival feito por mulheres e de forma INDEPENDENTE, feito com muito amor, dedicação, e profissionalismo, apesar de ser independente e underground, algumas pessoas confundem com “feito de qualquer jeito” , nunca deixamos de buscar o profissionalismo e respeito com as bandas e o público, pois sempre fomos críticas ferrenhas a postura indigna de produtores que nem água dão as bandas que tocam, oferecem um som porco ao público e dão pizza como pagamento ao trabalho duro das bandas, querem fazer tudo na “broderagem”. Nunca vimos as coisas dessa forma. A gente sempre quis oferecer uma experiencia de show baseada em como nós gostamos de vivenciar isso. Uma qualidade de som massa, dentro das possibilidades, pontualidade, pagando cache honesto a todas as bandas e profissionais envolvidos nos nossos eventos. Nesse tempo tivemos vários amigos que correram com a gente, e apoiaram nosso corre, a mãe da Mari; a Cláudia, apoiou muito a gente, a Vivi Tórrico esposa do João gordo do Ratos de Porão, o Kaka da Xaninho discos, Tata da Sobcontrole e o um público que sempre compareceu em peso. Nosso intuito sempre foi fazer algo sério, pois frequentemente o valor do trabalho feminino seja de bandas, produtoras e jornalistas é questionado neste âmbito tão masculino.”
Nosso trabalho com a Submundo sempre foi voltado com o intuito de viver nossos sonhos no underground, trazer as bandas que amamos e de certa forma vivemos isso muito bem, fizemos amigos incríveis nessa jornada e vivemos coisas que só a música nos permitiu viver.
Hoje a Submundo vive um hiato por questões profissionais de Priscila e de sua parceira Mari. Priscila acabou indo trabalhar no exterior e a Mari vem se dedicando a outros projetos profissionais e pessoais dela, seguem com o intuito de uma retomada não tão distante.
Priscila: “Com uma estrutura financeira melhor nos eventos e viver de forma mais plena e com menos perrengue os objetivos que a propagação discriminada do Doom metal, estilo que de certa forma, ainda e tão marginal.
Gostaria de agradecer ao apoio e o espaço oferecido pela Rah brilhante e a Lucifer Rex e responsáveis por essa grande iniciativa que ‘é falar sobre o trabalho feminino nos espaços undergrounds. ‘’
DOOM OR BE DOOMMED !!!
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