06 Perguntas para Rigel Walsche do DIOCLETIAN

O DIOCLETIAN é uma das bandas mais prolíficas e importantes do atual cenário Bestial Black Metal mundial e foi formada nos anos 2000, mais precisamente em 2004. Com 05 full-lengths, 04 EPS, 02 splits, 01 álbum ao vivo e 02 demos em sua discografia, a banda atualmente é centrada em torno do vocalista e baixista Rigel Walshe. E é a ele que damos as boas-vindas hoje no “06 Questions for”. Rigel, bem-vindo às páginas do portal LUCIFER REX!

1 – Gostaria de começar esta entrevista falando sobre o mais recente full-length do DIOCLETIAN, “Inexorable Nexus”. O que geralmente se lê na mídia é que o álbum é um retorno à energia brutal da banda, que parecia ter se perdido um pouco no álbum anterior “Amongst the Flames of a Bvrning God”, reafirmando suas influências nos demônios profanos do black metal bestial dos anos 90. Aliás, este álbum conta com a presença de Ryan Förster (Conqueror/Death Worship) e Caller Of The Storms (Blasphemy). Qual sua percepção sobre isso?

Rigel: Obrigado. Gostamos de mudar as coisas e evitar criar o mesmo disco repetidamente. Inexorable Nexus é de fato um retorno a esse estilo, mas o próximo disco provavelmente será tão diferente de Inexorable Nexus quanto este era de seu antecessor. Foi novamente uma honra ter Ryan contribuindo para este disco e ter contribuições do Caller também. BLASPHEMY são grandes amigos nossos, eles não se envolvem com qualquer um, e suas contribuições realmente ajudaram a trazer à tona o que pretendíamos alcançar com o som deste disco.

2 – Continuando neste contexto, bandas como as citadas são creditadas por terem criado um gênero – para mim o mais extremo do metal extremo – o chamado Bestial Black Death Metal. Desta raiz surgiriam bandas como GOATPENIS, GLORIFICATION, INFAUSTES, TORMENTADOR, GOATSEMEN, WRATHPRAYER, etc., e selos como NUCLEAR WAR NOW e BRAZILIAN RITUAL RECORDS. Você acredita que há uma cena de gênero consolidada no mundo hoje? Se sim, como você vê esse cenário? Aliás, o que você acha do termo War Metal?

Rigel: Sim, acho que as coisas melhoraram imensamente nesse aspecto desde que comecei a tocar e ouvir esse estilo em 1998. Por outro lado, no entanto, isso atraiu muitos que veem isso como uma tendência e são incapazes de ir além de regurgitar dogmas, conceitos populares e imagens populares, e há algumas bandas desse estilo que são capazes de levar o gênero adiante e criar algo novo e inspirador. Por essa razão, acho que o termo “War metal” é lixo, algo que as gravadoras usam para vender novas bandas em vez de algo indicativo de um som e gênero reais, para o qual “Bestial Black Death Metal” é provavelmente um epíteto melhor.

3- Aproveitando a menção de bandas como BLASPHEMY, DEATH WORSHIP, GOATPENIS e selos como BRAZILIAN RITUAL RECORDS, o Brasil tem um grande festival do gênero, o “Brazilian Ritual Festival”. Qual a sua percepção sobre esse evento? Parece que o organizador, Eduardo Beherit, vai retomar o mesmo, talvez com outro nome. Podemos esperar a vinda do DIOCLETIAN para o Brasil e América do Sul? O que seria necessário para isso e como estão as turnês e apresentações ao vivo do DIOCLETIAN para 2025?

Rigel: O “Brazilian Ritual” é um grande festival que gostaríamos de ir. Bem, a questão principal é que voar da Nova Zelândia não é rápido nem barato, especialmente comparado, por exemplo, à Europa, onde fizemos turnê no ano passado por 5 semanas, enquanto na América Latina as oportunidades de fazer shows são menores e gastamos mais do que algumas horas de carro para ir de um país ao outro. Estamos discutindo isso e certamente gostaríamos de fazer. Visto que eu moro nesta parte do mundo agora, é mais fácil do que era, mas o maior problema é encontrar um tempo e uma oportunidade onde não leve semanas de férias e custe milhares de dólares para fazer alguns shows.

4- Aproveitando que mencionei várias bandas sul-americanas durante a entrevista, tenho informações de que vocês têm um excelente relacionamento com a América Latina. Diante disso, gostaria de perguntar por que vocês gostam de estar na América Latina (Brasil, Paraguai, México) e quais bandas desses países vocês conhecem e apreciam? Não apenas bandas clássicas como SARCÓFAGO, SEPULTURA e VULCANO, mas principalmente bandas mais contemporâneas.

Rigel: Sim, vou passar o futuro previsível nesta parte do mundo. A qualidade de vida, o custo de vida e a proximidade geográfica com o resto do mundo são muito melhores do que na Nova Zelândia. Sobre bandas, eu citaria GLORIFICATION, EMETOPHILIA, INFAUSTES, NECRONEUTRON, HACAVITZ, FLAGGELIK KOMMANDO 666, ALTAR OF BLOOD como alguns dos meus favoritos desta parte do mundo

5 – Nas perguntas anteriores falamos sobre a discografia e apresentações ao vivo do DIOCLETIAN. Agora eu gostaria de saber sobre o processo de divulgação do trabalho da banda. Como vocês se relacionam com as redes sociais, com quais vocês trabalham? E sobre merchandising e apresentações ao vivo, como posso entrar em contato com o DIOCLETIAN? Gostaria também que vocês disponibilizassem suas redes sociais, canais de divulgação e contatos.

Rigel: Primeiramente, via Facebook e Instagram.

https://www.facebook.com/share/15xRKaK8Wa/

https://www.instagram.com/diocletian_official_

6 – A última pergunta desta seção é sempre uma pergunta padrão: Rigel Walshe, DIOCLETIAN está na estrada há mais de 20 anos. Você certamente teve seus triunfos e momentos de vitória. Mas você também deve ter tido momentos de decepção e frustração, quando você quis desistir de tudo. Por que você continua de pé? Em uma pergunta: VALEU A PENA?

Rigel: Tocar música e formar uma carreira de anos em torno disso não é uma decisão lógica, mas sim um impulso, algo que a pessoa sente que -deve- fazer, em vez de uma avaliação objetiva dos prós e contras. Como todas as coisas dessa natureza, é claro que tem seus altos e baixos, mas as razões para persegui-la têm pouco a ver com essas emoções transitórias, tudo a ver com o propósito que ela dá à sua existência.