Giovan Dias 
Para quem conhece o black metal americano, o DEMONCY dispensa apresentações: sempre inquieto e sempre surpreendente, seu nome é lendário por agitar um caldeirão infinitamente profundo de magia negra que é completamente deles. Uma das primeiras bandas de black metal em solo americano, o DEMONCY passou por inúmeras formações nos últimos mais de 30 anos, mas sempre foi guiado pela visão do vocalista/multi-instrumentista Ixithra. Em seu rastro, eles deixaram gravações marcantes como Within the Sylvan Realms of Frost e Joined in Darkness, que foram originalmente gravadas em meados dos anos 90, apesar de seu eventual lançamento em 1999. Até mesmo discos mais recentes, como Empire of the Fallen Angel, de 2015. Fallen Angel (Eternal Black Dominion), que viu Ixithra renovar totalmente o álbum de 2003 da banda de uma maneira muito miasmática, prova a potência do DEMONCY, não importa quando ou como as gravações surgem.
E assim acontece com Diabolica Blasphemiae, a primeira nova gravação do DEMONCY em quase uma década, Ep lançado pela Hell Headbangers Records. Com Ixithra atualmente cuidando dos vocais e baixo, juntando-se a ele aqui estão os incrivelmente prolíficos VJS (Nightbringer, Sargeist, Adaestuo) na guitarra e Vorthrus (Cerebral Rot, Crurifragium) na bateria. Serpentino em seu fluxo e hipnotizante em seu efeito, o último mini-álbum do DEMONCY é uma exibição vil e viril da estética eterna da banda, soando como se pudesse ter sido lançado em meados dos anos 90, mas mantendo um frescor de abordagem que desafia déjà vu. Estripado em sua pulsação grave enquanto exibe um aspecto etéreo, Diabolica Blasphemiae explora acima e abaixo, enviando ondas senoidais de energia obsidiana ao mesmo tempo punitivas e prazerosas: magia negra de metal primitivo aproveitada com um verdadeiro toque de autor. O mesmo de sempre, mas ainda tão surpreendente depois de todos esses anos – só existe um DEMONCY.
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