ABSYDE – Black Metal feito com maestria em seu segundo álbum.

"A cena atual está mais ativa que nunca, vimos até pelos destaques que tivemos dos lançamentos..."

Entrevista

No dia 23/09/2023 teve a festa de lançamento do novo álbum “The Atheist”, conte como foi este evento na Necrópole Hall?
Kasdeyas: Cara foi um marco gigantesco para nós, foi uma noite muito especial com a presença de amigos e com a participação do Desdominus para essa comemoração. Casa cheia de qualidade sonora e meios de comunicação do nosso underground fazendo a cobertura, sem palavras!

Atrocities in the Name of… foi gravado depois de um período longo de silêncio da banda, como analisa a evolução musical no decorrer desse tempo parado?
Kasdeyas: Pois é, fazer música no Brasil tem disso, às vezes demora um pouco mais os processos de composição e finalização. O mais interessante é que só paramos um período pequeno na época pandêmica, estivemos ativos compondo e preparando o novo disco com muito cuidado. A evolução foi bem natural, pois com a participação na época do Abyssal me acompanhando na guitarra fizemos as coisas em conjunto e isso foi uma experiência que resultou no que temos hoje, acredito que com a saída dele e a entrada do Zodd o próximo material tenha mais uma nova identidade mas mantendo algumas características dos 2 anteriores.

“The Atheist” tem uma excelente produção, que ficou a cargo de Victor Prospero que fez um ótimo trabalho com o mais recente trabalho do Justabeli, como foi essa escolha?
Kasdeyas: Esse aspecto não foi uma escolha, o Victor já foi o produtor no Atrocities e inclusive como membro na época, anteriormente não pensávamos em ter duas guitarras e com a produção do Victor isso foi inevitável, o Victor sempre foi um elemento da banda desde então, porém esse último lançamento deve ser a última participação dele, pois ele está em Portugal sem previsão de volta.

A capa e todo o material gráfico de “The Atheist” ficou muito bem elaborado, a arte foi de Brenda Cassimiro, como foi a escolha dessa artista?
Kasdeyas: Desde que idealizamos o disco já tínhamos a ideia de contratar a Brenda para esse trabalho, foi uma escolha inicial e seguimos com o plano, ela captou a mensagem que estávamos querendo passar no disco por meio da audição e estudo das letras, foi perfeita a leitura.

As letras chamam muito atenção por conterem trechos referente a cada música, o material foi escrito com essa intenção? comente a respeito…
(Thanathus) As letras das músicas foram elaboradas com a intenção de destacar figuras importantes no ateísmo e na subversão religiosa, como Ayaan Hirsi Ali, Madalyn O’Murray, Anton LaVey, Jean Meslier e etc. Ao citar passagens ditas por esses personagens, o material busca fixar referências e transmitir mensagens que refletem a perspectiva e as ideias desses pensadores. A inclusão desses trechos nas letras pode ser interpretada como uma estratégia consciente para atrair a atenção do público interessado nessas temáticas e também para enfatizar a mensagem de crítica ou questionamento em relação às instituições religiosas e derivados…

Musicalmente o álbum “The Atheist” deu um grande salto comparado ao “Atrocities in the Name of…”, como você analisa esses dois trabalhos?
Kasdeyas: Primeiramente o Atrocities foi um grande marco para nós, foi o salto de formação e de poder contar com outra guitarra para poder focar em melodias mais elaboradas. Acredito que ali criamos uma receita importante de composição que conseguimos levar para o Atheist, porém com maior maturidade nas composições e mais confortável em poder compor com mais liberdade. The Atheist a evolução foi natural ainda mais com a receita musical já criada, daí foi só aumentar a qualidade sonora e inclusive de gravação com novos equipamentos para isso.

Como você analisa a atual cena underground nacional? Qual seria os maiores destaques em sua opinião?
Kasdeyas: A cena atual está mais ativa que nunca, vimos até pelos destaques que tivemos dos lançamentos até considerados aqui pelo canal da Lucifer Rex, inclusive muito obrigado pelo reconhecimento sobre nossa participação no underground.
Destaques é difícil dizer mas pelas indicações até da própria Lucifer Rex é o resumo de tudo, concordo plenamente, que ano sensacional tivemos!

Vocês tem influências musicais bem diversificadas dentro da música extrema e também fora dela, você acha que esse é um fator principal para a identidade musical de uma banda?
Kasdeyas: Com certeza, temos influências de metal extremo das cenas suecas, norueguesas e com toda certeza brasileira também! O que diferencia é que o que ouvimos fora da música extrema com certeza contribui demais nessa identidade, não temos intenção de parecer com algo, as coisas vão naturalmente. Eu por exemplo gosto muito de Rush, Paradise lost, acredito que mesmo não tendo nada a ver com o som isso colabora demais no resultado final.

A banda tocou com Torches of Nero e também abriu para o Ancient Rites, como foi abrir para uma banda desse porte que até hoje traz influências musicais para diversas bandas?
Kasdeyas: Primeiramente gostaria de agradecer a casa Necrópole Hall e seus responsáveis por essa oportunidade, sensacional e indescritível poder tocar com essa lenda do BM, eu ouvi a muito tempo Ancient Rites, foi uma honra poder dividir esse dia com eles! E ainda mais com o Torches of Nero, foi um encontro sensacional poder conhecer esses caras, nos tornamos grandes amigos desde então.

Lord Ayphos (Eduardo “Boquinha” Vieira) esteve presente desde o início fazendo o vocal, como foi essa mudança nas linhas de vocais?
Kasdeyas: É sempre muito difícil mudanças de formações, porém quando ela acontece com o vocalista é algo mais delicado ainda! Foi bem preocupante passar por isso mas deu tudo certo, era difícil para nós ver como isso seria aceito dali em diante, Lord Ayphos sempre foi meu irmão desde nossa adolescência e mantemos isso até hoje, ele ainda continua de certa maneira enraizado nisso tudo. Porém as características vocais novas deram um novo ar inclusive por se tratar de algo muito diferente desde então, foi um novo aprendizado.

Atualmente qual a formação do Absyde?
Kasdeyas Guitarra
Bloodthirst Bateria
Black Blood Baixo
Thanathus Vocal
Zodd Guitarra

O Absyde ganhou um documentário sobre o álbum “The Atheist”, como foi todo esse trabalho?
Kasdeyas: Espetacular! Algo que o underground não costuma ter, essa oportunidade de poder registrar esse momento foi algo para nós que não tínhamos noção de como seria o resultado, agradecemos ao Selo Invisible Forces of Evil, e ao Diego Urbaneja toda essa dedicação que tiveram em registrar esse momento. Foi lançado no dia 25/12/2023, quem tiver a oportunidade de assistir vai ver parte de como foi tudo isso.

O que podemos esperar do Absyde depois desse excelente trabalho “The Atheist”?
Kasdeyas: Bom, agora precisamos divulgar esse novo trabalho e já começar as novas composições aproveitando a nova formação, esse processo criativo é muito interessante e não vemos a hora de iniciar. O foco agora é aprimorar as apresentações ao vivo e executar da melhor maneira para nós e para quem puder estar com a gente em cada evento.

Agradeço muito pela entrevista, deixo esse espaço livre para suas palavras finais aos amantes da música extrema e do Absyde….
Kasdeyas: Nós só temos a agradecer meu nobre! O espaço e trabalho que o canal vem oferecendo é algo que poucas pessoas estão dispostas a fazer, espetacular isso, obrigado mesmo, agradeço aqueles que de alguma forma nos acompanham e interagem conosco, fazemos para nós mesmos o que gostamos porém quando há algum reconhecimento disso se torna mais especial ainda.