INFIDEL REICH – Polêmico e provocador, Death Metal com várias influências.

"Não defendemos nenhuma agenda ou besteira política, religiosa ou racial."

Entrevista

Infidel Reich é um projeto internacional criado por Vincent Crowley e por músicos experientes como ex-membros do Asphyx. Com uma temática entre guerra, política e sociedade a banda executa um death metal com diversas influências da velha guarda do estilo, vamos conversar com seu mentor para saber de todos os detalhes desse magnífico trabalho…

Como surgiu a ideia de formar o Infidel Reich com membros veteranos do Death Metal de bandas como Asphyx?

Vincent Crowley – O ex-baterista do VC-Asphyx, Bob Bagchus, e eu somos amigos há muito tempo, desde a época do correio tradicional. Começamos a nos comunicar mais por e-mail e messenger com o passar do tempo. Quando Acheron e Asphyx tocaram juntos em um Metal Fest na Holanda, conversamos e discutimos sobre talvez formar uma banda juntos no futuro. Alguns anos depois, a cena Metal começou a ficar super politicamente correta e todo mundo chamava as bandas de nazistas pelos motivos mais estúpidos. Sentimos que era hora de entrar em cena uma banda que fosse polêmica e provocativa como as bandas CARNIVORE e S.O.D. estavam de volta naquele dia. Então, elaboramos um plano, montamos uma formação de diversos indivíduos pensantes e assim começou o Infidel Reich!

O nome Infidel Reich soa um pouco provocativo, como foi a escolha desse nome para a banda?

Vincent Crowley –Bem, esse era o ponto. Naquela época, ambas as palavras eram, e obviamente ainda são, palavras-chave do novo movimento “Cancel Culture”. Mas, na realidade, INFIDEL significa apenas aquele que não se submete a uma religião, e REICH significa apenas “Reino” em alemão. Portanto, embora possa soar como uma espécie de termo fascista para as massas, não é de todo. Na verdade, acho que essa banda é muito parecida com as antigas bandas de Punk Rock que sempre questionaram o sistema político e religioso. Death Metal da classe trabalhadora com um toque punk.

Os temas de Infidel Reich tratam de guerras, política, sociedade, às vezes de um lado muito sarcástico, qual a sua opinião sobre a política de esquerda e de direita?

Vincent Crowley – Infidel Reich é como uma versão “real” da mídia. Relatamos e analisamos coisas que acontecem no mundo hoje. E muitas músicas são irônicas e exageradas. Não nos alinhamos com as besteiras de esquerda ou de direita. Nós apenas lidamos com os tópicos em questão e damos nossa opinião sobre as coisas. Não creio que qualquer problema possa ser resolvido tão facilmente. Tem que haver compromisso e equilíbrio para questões sérias. Como mencionei antes, somos uma representação da “classe trabalhadora” que trabalha duro e é criticada pelos governos e pela sociedade. Não defendemos nenhuma agenda ou besteira política, religiosa ou racial. Nós mantemos isso real e divertido. Ha, ha

Musicalmente, Infidel Reich toca Death Metal com muitas influências de estilo, passando pelo Motorhead, punk e death metal old school, descreve as principais influências?

Vincent Crowley – Todos nós temos tantos diferentes. Acho que nossos maiores são MOTORHEAD, CARNIVORE, S.O.D., VENOM, CELTIC FROST, DISCHARGE, THE ACCUSED, BATHORY, MISFITS, BLACK FLAG, SODOM e aquele som de Death Metal sueco da velha escola.

A faixa “Killing Cultures” tem uma letra muito interessante, comentem sobre ela…

Vincent Crowley – Foi escrito sobre quando todos esses países permitiram a entrada de um grupo de refugiados muçulmanos. E quando o fizeram, os estrangeiros começaram a destruir as cidades e a tentar transformá-las em suas próprias cidades com as leis do Islã. Não temos problemas em permitir a entrada de pessoas em países, mas se alguém for para um novo lugar, deve abraçar e respeitar a cultura em que entrou. Em muitos casos, parecia um acto de guerra, tendo havido muitos casos de violência, destruição e violação de pessoas inocentes. Isso não deveria ser aceitável.

Reichenstein é um álbum muito bom, tanto tematicamente quanto musicalmente, na sua opinião qual é a música mais impactante na sua temática do álbum?

Vincent Crowley – Essa é difícil. Eu gosto de todos eles. Mas a música “Reichenstein” é uma ótima canção irônica sobre um tanque monstro que destrói todo o politicamente correto e cancela os extremistas culturais. Esse álbum é muito influenciado pelo MOTORHEAD, e temos até uma música em homenagem ao Lemmy chamada “Reich and Fucking Roll”.

A banda já se apresentou ao vivo ou pretende fazê-lo?

Vincent Crowley – Não. Eu moro nos EUA e os outros caras na Holanda. Seria difícil fazer isso. No começo tentamos marcar alguns shows, mas a cultura do cancelamento nos proibiu de participar das festas que queríamos participar. Mas, o que você pode esperar da cena Metal corno de hoje?

Como foi a aceitação do álbum “New World Outrage” de 2021?

Vincent Crowley – Recebemos ótimas críticas de quem o comprou, mas como houve alguns problemas de censura, nosso álbum foi retirado de vários grandes distribuidores. Então, as vendas e a exposição caíram. Mas temos alguns fãs obstinados e acho que podemos realmente nos chamar de Underground Outlaws nesta cena musical supersaturada.

New World Outrage tem uma produção que gostei muito, comente a produção dessa obra…
Vincent Crowley – Queríamos que a música soasse crua, pesada e corajosa. E foi isso que obtivemos. Bandas como HELLHAMMER, CELTIC FROST, VENOM e aquele antigo som sueco o inspiraram.

Como é fazer um projeto internacional como “Infidel Reich”, a distância influencia muito ou é só um detalhe?

Vincent Crowley – Fazemos tudo pela internet. Os caras inventam uma música e mandam para mim. Então faço os ajustes necessários para caber na letra. Eles gravaram suas partes na Holanda, depois eu faço meus vocais em um estúdio nos EUA e envio para eles finalizarem em um estúdio lá. Às vezes é um pouco complicado, mas funciona.

A arte da capa é muito interessante, quem é o artista, comenta a arte?

Vincent Crowley – Todas as nossas capas foram feitas pelo artista Santiago Francisco Jaramillo. Ele é um cara legal e traz as imagens mais interessantes. Artista incrível.

Quais são os planos futuros para o Infidel Reich?

Vincent Crowley – No momento a banda está parada. Na verdade, existem muitas gravadoras que gostam de nós e querem nos contratar, mas temem uma possível reação negativa ao fazê-lo. Se pudéssemos encontrar uma gravadora que tivesse coragem de nos contratar e nos dar um orçamento de gravação, com certeza faríamos outro álbum. Apenas esperando pacientemente.

Futuramente veremos Infidel Reich sendo lançado em formato físico aqui no Brasil, comente essa parceria…

Vincent Crowley – Com certeza! Atualmente estamos montando um plano para lançar isso pela BLACK SEAL PRODUCTIONS, com quem trabalhei antes em lançamentos anteriores de ACHERON e VINCENT CROWLEY. Eles são uma empresa leal e honesta e nunca me decepcionaram. Você realmente verá a música do INFIDEL REICH no Brasil em breve! Acho que os fãs brasileiros têm a mente muito mais aberta do que muitos outros países. Eles geralmente não caem nas mentiras sobre as quais a mídia musical tenta falar. Os brasileiros sempre foram irmãos e irmãs, e estou ansioso para que eles ouçam a música que fazemos.

Obrigado por dedicar seu tempo para responder a entrevista, deixe suas palavras finais para todos os admiradores do seu trabalho…

Vincent Crowley – Obrigado pelo seu tempo e apoio! Quero dar a todos os fãs que me apoiaram ao longo dos anos um grande “Obrigado!” Eu adorei tocar no seu país no passado e espero voltar com uma de minhas novas bandas no futuro! Felicidades para todos vocês!