CHEOL – Sick Sick Sick

CD 2024 / Vários Selos

Álbum

Originalmente lançado em 2006, agora com uma versão mais encorpada, com direito a bônus live, eis que empunho em minhas mãos um CD forjado no aço fincado nas entranhas pútridas no nekro underground.

Goiânia, terra de demônios lendários e é de lá que o vem o CHEOL, formado em 1994, a entidade Black Metal teve sua primeira participação no underground na lendária coletânea “Southern Warriors Cult # 1” (1999), com a música “Perversos Chamados da Crueldade”.

Sick Sick Sick era até então o único lançamento independente oficial da banda, EP lançado em 2006, e agora, 18 anos depois sai esta fuderosa reedição, com direito a bônus live do show em Taguatinga/DF em 2014.

A notícia da reedição deste EP me trouxe boas lembranças, pois a entidade Cheol pratica um Black Metal cru, hora arrastado e cantando em português versando belíssimas poesias sombrias, algo que sempre me agradou, não pelo simples fato da reverenciar a língua pátria, mas pôr o estilo pedir este viés. Para melhor entender o escrito, o relançamento do álbum “Sick Sick Sick” é uma oportunidade emocionante para os fãs revisitarem e novos ouvintes descobrirem um dos trabalhos mais notáveis do Black Metal Brasileiro.

Os selos envolvidos nesta façanha são:

Sangue Underground Records (valeu Rafão por mandar o material pra resenha), Black Empire Productions, Impaled Records, Master Records, Misanthropic Records, Perverso Records e Voz da Morte Records.

“A Valsa de Eden” primeira faixa do CD, esta estabelece um tom sombrio e agressivo, com riffs poderosos e um vocal cadenciado, aqui executados por Mághor, em alguns momentos parece que o delay na caixa de voz e o teclado são um só, algo que intensifica a atmosfera caótica e perturbadora da música.

“Hidra”, esta faixa mergulha ainda mais fundo na escuridão, com melodias sinistras e uma sensação de desespero permeando cada nota, esta já é um pouco mais curta e agressiva, com linhas mais complexas, vale ressaltar o belíssimo trabalho de Sidney Kaveira na bateria, que adicionou uma camada tradicional de brutalidade à Hidra.

“Diabolical And Sick” é uma das faixas mais intensas do álbum (vale lembrar que esta é a única faixa não cantada em português), ritmos cambaleantes e os vocais abrasadores criam uma atmosfera de ritual obscuro que envolve o ouvinte, aqui Nix/Nocturnal Mistress (Keyborads/Vocal), munido do apoio de Mághor e Ira Christ nas guitarras que criaram melodias sinistras e de desespero elevando muito o nível da música.

“Rasga Mortalha”, esta que com seus refrões se torna algo grudento na mente, uma valsa diabólica, melancólica, com direito a um belíssimo jogo de riffs cadenciados e duetos de vocais.

“Puerpério do Ódio” esta já apresenta uma mudança de ritmo, com uma abordagem mais lenta e atmosférica, os vocais ecoam através do vazio, enquanto os arranjos instrumentais evocam uma sensação de vastidão e desolação, com direito a citações de Baudelaire.

“Perversos Chamados da Crueldade” (faixa que encerra com chave de ouro enferrujado as músicas de Studio do CD), uma jornada auditiva através de paisagens sonoras sombrias e perturbadoras, este foi o primeiro som do Cheol que conheci, como citado acima, na Southern Warriors Cult # (1999).

A seguir temos as músicas bônus:

07.A Valsa De Even (live)

08.Hidra (live)

09.Diabolical And Sick (live)

10.Rasga Mortalha (live)

11.Puerpério Do Ódio (live)

12.Perversos Chamados Da Crueldade (live).

Sendo que gravadas ao vivo em Taguatinga/DF em 2014.

A formação que gravou o CD é:

Khaveira (drums), Ira Christ (guitar), Mághor (Guitarra/Vocal), Nix (keyboards) e Azz-Harad (Bass).

Grandioso e merecido relançamento, o CD “Sick Sick Sick” é uma celebração do poder e da profundidade do black metal. Cada faixa, desde a abertura brutal até os bônus adicionais, contribui para uma experiência auditiva envolvente e emocionante. Os fãs do gênero certamente encontrarão muito para apreciar neste trabalho, enquanto os novos ouvintes serão atraídos pela sua intensidade e complexidade. Este relançamento é uma prova da durabilidade e relevância da música da banda CHEOL no cenário do black metal, um grandioso e merecido trabalho.